sexta-feira, 23 de abril de 2010

Filme triste. Que me fez chorar.

"Bella, eu não quero que você venha comigo".

Ele falou as palavras

lentamente e precisamente, seus olhos frios no meu rosto,

observando enquanto eu absorvia o que ele realmente queria dizer.

Houve uma pausa enquanto eu repetia as palavras na minha cabeça

algumas vezes, analisando elas pra saber seu verdadeiro significado.


"Você... não... me quer?"

Eu tentei as palavras, confusa pela forma

como elas soavam, colocadas em ordem.


"Não".


Eu olhei, sem compreender, dentro dos olhos dele. Ele encarou de

volta sem se arrepender.

Seus olhos eram como topázio - duros e claros e muito profundos. Eu

sentí como se pudesse ver por dentro deles por milhas e milhas, e

mesmo assim, ainda não conseguia alcançar o lugar onde encontraria

a contradição de suas palavras.


"Bem, as coisas mudam".

Eu fiquei surpresa por como a minha voz

soava calma e razoável. Devia ser porque eu estava tão entorpecida.

Eu não conseguia me dar conta do que ele estava me dizendo. Ainda

não fazia nenhum sentido.

Ele olhou para longe para as árvores enquanto falou de novo.


"É claro que eu sempre amarei você... de certa forma. Mas o que

aconteceu na noite passada me fez perceber que estava na hora de

uma mudança. Porque eu estou... cansado de fingir ser uma pessoa

que eu não sou, Bella. Eu não sou humano".

Ele olhou de volta, e as

formas geladas do seu rosto perfeito eram muito não humanas.

"Eu

deixei isso ir longe demais, eu lamento por isso".


"Não lamente", minha voz era só um sussurro agora; a consciencia

estava começando a correr com ácido pelas minhas veias.

"Não faça

isso".


Ele só olhou pra mim, e pude ver pelos seus olhos que minhas

palavras estavam atrasadas demais. Ele já tinha feito.


"Você não é boa pra mim, Bella", ele contornou sua palavras

anteriores, então eu não tinha como argumentar.

Eu sabia muito bem

que não era boa pra ele.

Eu abri minha boca pra dizer alguma coisa, e então a fechei de novo.

Ele esperou pacientemente, seu rosto totalmente limpo de emoção.

Eu tentei de novo.


"Se... isso é o que você quer".


Ele acenou com a cabeça uma vez.

Meu corpo inteiro ficou entorpecido. Eu não conseguia sentir nada

abaixo do pescoço.


"Eu gostaria de te pedir um favor, porém, se não for pedir demais",


ele disse.

Eu imagino o que ele viu no meu rosto, porque alguma coisa passou

pelo rosto dele em resposta. Mas antes que eu conseguisse identificar

o que era, ele recompôs o rosto na mesma máscara serena de antes.


"Qualquer coisa", eu prometí, minha voz estava levemente mais

forte.


Enquanto eu observava, seus olhos congelados se derreteram.

O dourado ficou líquido de novo, derretido, queimando os meus com

uma intensidade dominante.


"Não faça nada perigoso ou estúpido", ele ordenou, não mais

imparcial.

"Você entendeu o que eu disse?"


Eu balancei a cabeça sem saída.

Seus olhos se esfriaram, a distância retornou.

"Eu estou pensando

em Charlie, é claro. Ele precisa de você. Tome conta de sí mesma -

por ele".


Eu afirmei com a cabeça de novo.

"Eu vou", eu sussurrei.


Ele pareceu relaxar só um pouco.


"E eu te farei uma promessa em retorno", ele disse.

"Eu prometo que

essa será a última vez que você vai me ver. Eu não vou voltar. Eu

não vou te envolver em nada assim novamente. Você pode seguir a

sua vida sem mais nenhuma interferência da minha parte. Será como

se eu nem existisse".


Meus joelhos devem ter começado a tremer, porque de repente as

árvores estavam crescendo. Eu podia ouvir o sangue pulsando mais

rápido que o normal atrás das minhas orelhas. A voz dele soou muito

distante.

Ele sorriu gentilmente.

"Não se preocupe. Você é humana - sua

memória é como uma peneira. O tempo curas as feridas para as

pessoas da sua espécie".


"E as suas memórias?", eu perguntei.

Parecia que havia algo enfiado

na minha garganta, como se eu estivesse sufocando.


"Bem" - ele hesitou por um breve segundo - "Eu não vou esquecer.

Mas a minha espécie... nós nos distraímos muito facilmente".


Ele sorriu; o sorriso era tranquilo e não tocou seus olhos.

Ele deu um passo se distanciando de mim.

"Isso é tudo, eu suponho.

Nós não vamos te incomodar de novo".



(...)

"Adeus, Bella", ele disse na mesma voz calma, pacífica.


"Espere", eu sufoquei depois das palavras, me inclinando pra ele,

esperando que minhas pernas mortas pudessem me levar em frente.


Eu pensei que ele estava se inclinando pra mim também. Mas as

mãos geladas dele agarraram minha cintura e se colaram nos meus

lados. Ele se abaixou, e colou seus lábios muito rapidamente na

minha testa pelo mais breve segundo.

Meus olhos se fecharam.


"Cuide-se", ele respirou, frio contra a minha pele.


Houve uma leve brisa sobrenatural. Meus olhos se abriram. As folhas

das árvores menores tremiam com o vento gentil da sua passagem.

Ele havia ido embora.

Com as pernas tremendo, ignorando o fato de que minhas ações era

inúteis, eu o seguí pela floresta. As evidências dos seus passos

desapareceram instantaneamente.

Não haviam pegadas, as folhas estavam paradas de novo, mas eu

segui em frente sem pensar. Eu não conseguia pensar em mais nada.

Se eu parasse de procurar por ele, estaria acabado.

Amor, vida, sentido... acabados.
===================================



Não quero nhem nhem nhem que o filme é uma merda, porque vampiros não brilham. Foda-se.

É o que eu sempre falei, não importa o livro, não importa o filme, importa é o leitor/espectador se emocionar e se envolver.

E eu me envolvi. Puta que pariu como eu me envolvi.

2 comentários:

  1. "importa é o leitor/espectador se emocionar e se envolver." Nao importa o genero, o que conta é o envolvemento para fazer do livro,um BOM livro.

    ResponderExcluir