terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Vista.

Esses dias me peguei passando pelo set de filmagens da minha vida.
Vi tudo, a rua mais deserta que o normal, mendigos dormindo, barraquinhas de comida... E lá estava ele, com toda a sua imponência mesmo que mais miúdo que os outros prédios... Só ele era daquela cor.
Me deu vontade de entrar, de subir e abrir uma das portas, só pra sentir de novo aquela coisa que a quase 2 anos me fez descobrir que tudo o que eu tinha vivido antes era apenas um grande ensaio.
Queria ver se a marca continua la. Aquela que eu nunca vi, só soube que existia quando eu fui embora.
Ali não existia complicação, não existia cobrança, não existia passado nem futuro. Só existia aquilo, aquelas horas. Ali sim, tudo fazia sentido.

Estar ali sozinha agora quase me fez ir embora pra chorar. Chorar de saudade. Saudade da época, dos motivos, do corpo, da alma.
O que me consola é que nós sempre teremos a lembrança, e a possibilidade.



Todo amor. Todo amor do mundo.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Como não ser.


Se não fosse por você.

Deveríamos ser reclusos. Viver sozinhos, cada um cuidando do próprio rabo, sem precisar de nenhum afago ou nenhum cuidado. Seria mais fácil não ter que prestar contas ou não esperar ninguém com o jantar na mesa.
Não saber o que é o sexo ou nenhuma forma de prazer conjunta ajudaria também. Não que o contato (profissional ou familiar) com outro ser humano seria impossível, mas deveríamos ser educados a ser sozinhos.
Festas não existiriam mais e tudo o que passaria na televisão seria voltado a inocência e jornais.
Não sentiríamos falta de nada disso, não saberíamos o que é química, pele e endorfina por nunca saber que existe. Logo, nossos corações seriam frios e nossas cabeças voltariam nossos pensamentos a outras coisas.
Sim, existem instintos, mas se esses instintos nunca fossem estimulados, não fariam a menor diferença.
Uma vida cinza. Cinza e boa, já que não conheceríamos outras cores.


As vezes eu gostaria que o mundo fosse assim. Que minha vida fosse assim. Acho que eu sentiria menos carência... menos solidão.

E Tudo isso muda... num olhar, num sorriso, num toque, no menor contato do lábio. Tudo some, e quando some eu vejo que é assim que tem que ser. Entregue. Apaixonado e intenso. Qualquer coisa menor que isso ou é perda de tempo ou injusto, voltando a todo esse texto melancólico acima.

Gosto de ser assim. Gosto de me doar de sofrer e de chorar, quando o motivo é fazer o meu coração ficar cada vez mais aquecido. E quando quem o aquece faz isso gratuitamente... Oh. Não há preço que pague a felicidade.



Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não quero mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã

Nascendo, rompendo, rasgando, tomando, meu corpo e então eu
Chorando, sorrindo, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração...

Maldito Gonzaguinha.

E.T.A. Agora. E sempre.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

E quando acaba a gente pensa...

Que ele nunca existiu?


"Não mais sou capaz de esconder que estou cansado demais pra lutar...
E que por vezes eu quis tanto, que meu corpo sumisse no ar...
Só pra não ter que escolher...
Só pra não ter que voltar...

Já não sei se restou algo no ar..."

(Musica de época de colégio. fuck it.)